Será que realmente existe uma Geração Digital?
A revista Exame (edição 875), em sua matéria de capa, quer nos levar a crer que sim.
Se pegássemos do ponto de vista da sociedade, há duas décadas passadas – talvez aceitaríamos mais facilmente. No entanto, as nove páginas, noves fora, vai dar zero. Ou seja, zilt de contribuição para a discussão do “como tentar conquistar os consumidores jovens”.
Compare: ir a um hospital e ser examinado por uma máquina antiga de raio X com fazer uma tomografia computadorizada. A revista simplesmente tentou enxergar com olhos do passado.
Alguns descuidos: não se controla em formato estruturado (chamamos de top-down) a mensagem. Vide inclusive a postagem anterior do Perrone.
A internet como internet não é canal de comunicação – é uma praça de conversas. Nenhum amplificador vai fazer os jovens (obrigado pela parte que me toca) – ou melhor os internautas pararem suas conversas para prestar atenção.
Na economia digital (fica bem umas fotos de jovens sorrindo com i-pod na mão e fones por baixo dos cabelos) NÃO se admite esses tipos de ERROS:
- Globos oculares (no sentido de audiência);
- Atrair consumidores (como se pudéssemos controla-los – no mesmo parágrafo cita: “O consumidor assumiu o controle”);
- Usuários de sites (não há como ‘prender’ o sujeito como refém – exceção para a Natascha, que não tinha acesso à internet);
- Consumidor de amanhã busca sua publicidade preferida na internet (sic);
- Celular como mídia (nem no sentido estrito);
- Orkut como mídia (nem no sentido amplo);
E por final, uma pérola para mais que comprovar que o raio X não examinou nada:
“ ... Orkut ... é campeão de popularidade entre os que querem matar o tempo no escritório e no colégio.”