Espicaçando o Marketing

Em tempos bicudos, de transformações e mudanças, há que espicaçar. Quem pode espicaçar? Todos e cada um que tem um mínimo de discernimento do presente e sabem que à semelhança do que aconteceu com o Titanic, não tem sentido continuar tocando na orquestra.

quarta-feira, maio 16, 2007

Visões e poluição


A vista é bizarra. Pra quem está acostumado a percorrer as avenidas de Sampa - a terra que era da garoa e que nunca dorme, apenas ajusta seu ritmo - certamente vai estranhar. A maior cidade do país com seus logotipos, marcas e bandeiras ... cadê?

NO LOGO -

A uniformidade da paisagem - sem os grandes letreiros, luminosos e totens - é a causa dessa estranheza. São Paulo se tornou 'despoluída visualmente'. A cidade e seus habitantes fizeram uma incursão forçada nos têrmos defendidos por Naomi Klein em NO LOGO. A autora, jornalista canadense é uma radical. Posiciona-se mais à esquerda, e já nos idos 90 soltava o grito antiglobalização. Seus argumentos focam na tese que na briga pela construção de uma marca, não sobram vencedores. Muito investimento, espuma e quase nenhuma cerveja. É leitura obrigatória para os marqueteiros (de plantão e em folga).

Mesmo que não concordem de pronto, vale a pena ler. Pensar faz bem pra alma e pro trabalho.

POR TRÁS

Mas o que de fato está por trás (ou por baixo ) da decisão do prefeito Kassab ao banir do cenário a dita poluição visual. Não se está jogando fora o bebê juntamente com a água suja de seu banhinho?

À primeira vista (sorry), é uma decisão para se colocar ordem na casa. O índice de clandestinidade era alto, os bons literalmente pagavam e os maus propinavam. Mas como sempre acontece em nosso Brasil varonil, só com o radicalismo é que se chega ao meio termo. Ionesco do teatro do absurdo faria a festa.

A respeito disso, observou um amigo, que os legisladores são os principais culpados pelo molho com que se apimenta nossas leis. Exageram, já que sabem que não vão obter 100%. Assim caminha a humanidade (brasileira) com seus políticos esquisofrênicos.

AGUARDANDO

Somente o tempo dirá. Os formadores de opinião estão divididos. Resta solidariedade para aqueles que atuavam e efetivamente tinham negócios baseados na capital paulistana. Apesar de ter sido uma coisa local, a cidade em si representa praticamente sozinha boa parte do PIB nacional.

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4 Comments:

Blogger Lou H. Mello said...

Do ponto de vista da propaganda, sem dúvida, há muito mais em jogo e falo por mim. Meu pai confeccionava outdoors e essa foi a primeira profissão que aprendi. Agora, a cidade ficou melhor, a meu ver, sem toda aquela sujeira visual. Mas a discussão precisa continuar até que uma solução mais amadurecida apareça.

2:22 PM  
Blogger Fábio Adiron said...

Andando pela marginal Pinheiros e olhando na direção da Faria Lima, depois da Berrini...você começa descobrir um fato inédito : São Paulo também tem um skyline...

12:27 AM  
Blogger Volney Faustini said...

Lou, vc se lembra quando o Jânio Quadros (a versão 2 - I will be back)? Ele achou aqueles arcos bem no comecinho da 23 de maio ao lado da ligação da Radial Leste.

E concordo com vc Fábio, que pros olhos a gente se sente melhor.

O radicalismo da decisão é um ponto sem dúvida que merece discussão. Será que outras praças já tomaram decisões semelhantes? Como é em Curitiba - cidade dita modelo?

Falando por mim, como cidadão realmente descobrimos uma cidade mais bonita.

7:02 AM  
Blogger Lou H. Mello said...

Eu lembro dos arcos e do Jânio, se bem que poderia ficar só com os arcos. Como disse o Adiron, sem a poluição visual, as descobertas mais relevantes serão inevitáveis, talvez ainda haja muitos arcos por aí, enterrados atrás de um monte de painéis.

11:25 AM  

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