Espicaçando o Marketing

Em tempos bicudos, de transformações e mudanças, há que espicaçar. Quem pode espicaçar? Todos e cada um que tem um mínimo de discernimento do presente e sabem que à semelhança do que aconteceu com o Titanic, não tem sentido continuar tocando na orquestra.

quinta-feira, abril 05, 2007

Antecipar-se ou improvisar?


Através de um grande amigo e professor (até hoje chamo-o de meu Mentor), há bons anos atrás, fui apresentado à uma publicação que tratava de tendências e estudava cenários do futuro. Chamava-se The Futurist e era publicada pela Sociedade de Futurismo (se é que podemos assim traduzir). O meu Mentor me brindou com uma assinatura anual (seis números) – e à época era uma boa leitura. Não sei se ainda é publicada no presente.

O que me trouxe à lembrança desse passado (trocadilho), foi a matéria de capa da revista dominical de O Globo, que apresentou um grupo de especialistas que estudam tendências e atuam com essa matéria prima. Há muito me tornei um cético com relação a isso.

E me explico. Todos nó vimos o que aconteceu no limiar do que seria um calmo fim de semana pré-Páscoa, estragado pela greve e paralisação dos controladores. A situação estava pegando – mas nem a ABIN (Agencia de informação-espionagem-arapongagem) nem a CIA, nem o Mossad e nem a KGB previram a paralisação. Ela veio de uma oportunidade gerada por fatores totalmente independentes, porém somados, deram no que deram. As autoridades chamam esse imprevisto de `junção de fatores`. Pois bem, essa greve-motim acabou resultando em mais um triste episódio da nossa famigerada crise aérea.

Esse tipo de situação – para quem conhece hierarquia militar – é não só impensável como uma maluquice total. Só que a loucura aconteceu!

Loucos num mundo doido -

Há na TV um seriado cujo título em Inglês é Whose Line Is It Anyway. É inspirado no teatro do improviso. E esse improviso tem só a ver com criatividade - e nada com desmazelo. Mesmo com a limitação da legendagem, quem tem TV por assinatura, já deve ter visto suas improvisações.

Há shows em Nova Iorque e em outras paradas onde os atores não tem script nem roteiro. Eles simplesmente pedem ao público que ajudem a montar uma trama – assim do nada. Em cinco minutos definem a trama e quem será cada personagem escolhido pelos presentes. E a partir disso eles ‘improvisam’. O resultado é um dos mais cômicos e interessantes espetáculos de teatro que você poderá ver (na língua inglesa – é claro!). Parece que estão fazendo uns testes nesse sentido aqui no Brasil, mas ainda não vi - quem me deu a dica foi o Everton de Castro.

Neste primeiro post sobre o tema, queria concluir que: na impossibilidade quase que absoluta de prevermos o futuro – o que devemos fazer é investir no improviso. Ou seja de nada serve investir em cartomantes e bolas de cristal, se não tivermos o mínimo de criatividade e flexibilidade para rapidamente nos adaptarmos ao inesperado e imprevisível.

Volto a escrever sobre isso em breve.

P.S. O Marinho do Blue Bus também está blogando e contando um pouco dos bastidores de sua coluna. Aqui. Me chamou a atenção seu artigo sobre a spamação da Varig para vender viagem nesse fatídico fim de semana (e depois ele contando os indos e vindos para se certificar de que não era 1º de abril). É isso mesmo - poderia até ser uma bela piada - mas não. A realidade dos desacertos e das pisadas é mais absurda que imaginamos!