Espicaçando o Marketing

Em tempos bicudos, de transformações e mudanças, há que espicaçar. Quem pode espicaçar? Todos e cada um que tem um mínimo de discernimento do presente e sabem que à semelhança do que aconteceu com o Titanic, não tem sentido continuar tocando na orquestra.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Muito barulho por nada



Dá pra fazer mais propaganda?



Dá pra dar mais desconto?



Dá pra baixar os preços?



Dá pra bonificar?



Hoje vivemos sob o imperativo do barulho. Quanto mais ensurdecedor ...



É pressão externa, interna, de cima, de baixo, dos lados. E temos que fazer o nosso negócio (somos co-responsáveis, mesmo não sendo donos) andar para a frente, conquistar, ampliar margens, crescer em produtividade, lucrar, lucrar, lucrar ...



E no meio dessa fritura toda, vem a equipe de vendas com as fórmulas mágicas, solicitações mascaradas, pedidos exagerados, manipulações sem fim ...





Não se engane - eu sou da área de vendas. Dou aulas de vendas. Me identifico com vendas. Mas a grande maioria de nossas forças (deveríamos dizer fraquezas?) comerciais fogem na tangente de suas responsabilidades por caminhos inócuos e vazios!



Onde está nosso diferencial? Como criamos valor? E o nosso atendimento? E os planos e a estratégia?



Há claramente uma luta inglória no mercado. Quanto mais ampliamos os decibéis e os investimentos para conquistar e atrair consumidores, mais provocamos a concorrência num círculo vicioso e pernicioso para nossas próprias empresas e concorrentes.



A saída está em não se lutar nesse campo infestado e sangrento, e sim buscar novas oportunidades em novos mercados. Devemos sair dessa arena. Não está mais em jogo quem grita mais e melhor. Também de nada serve chamar a atenção primeiro - o passado fica obsoleto muito rapidamente.



Há um novo desafio para os vendedores e marqueteiros: criar mercados! Este é o seu imperativo hoje!

* Foto de encenação da peça de Shakespeare Much To Do About Nothing - Muito barulho por nada.

Volney Faustini escreve às terças-feiras.