Espicaçando o Marketing

Em tempos bicudos, de transformações e mudanças, há que espicaçar. Quem pode espicaçar? Todos e cada um que tem um mínimo de discernimento do presente e sabem que à semelhança do que aconteceu com o Titanic, não tem sentido continuar tocando na orquestra.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Bono na Quinta


Não somos tão bons em desenho, se considerarmos nossa capacidade para análise. A razão é simples: colocamos muito mais ênfase em entender algo, buscar sua essência e sua verdade. Uma vez analisado e a verdade revelada, a ação é mais fácil.


Para desenhar precisamos um pensamento construtivo e criativo, e (muito importante) consciente de percepções, de valores e de pessoas. É esse jeito de pensamento tradicional que enfatiza a análise (parte de nossa herança no processo de se pensar) ao invés do desenho que faz com que alguns problemas sejam tão difíceis de desvendar.


Entender percepção, muito mais que descrevê-la é chave.Tentamos aplicar a lógica à percepção - com muito pouco sucesso, pois nossa lógica nos leva a outros tipos de percepções. Entender percepção nos obriga a olhar para o comportamento natural de um sistema auto organizavel. A percepção longe de ser a-lógica, tem sua própria lógica. A lógica do comportamento por sua vez é o comportamento preponderante dominado por esse sistema.


Extratos livres tirados de I Am Right You Are Wrong, Edward de Bono.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Muito barulho por nada



Dá pra fazer mais propaganda?



Dá pra dar mais desconto?



Dá pra baixar os preços?



Dá pra bonificar?



Hoje vivemos sob o imperativo do barulho. Quanto mais ensurdecedor ...



É pressão externa, interna, de cima, de baixo, dos lados. E temos que fazer o nosso negócio (somos co-responsáveis, mesmo não sendo donos) andar para a frente, conquistar, ampliar margens, crescer em produtividade, lucrar, lucrar, lucrar ...



E no meio dessa fritura toda, vem a equipe de vendas com as fórmulas mágicas, solicitações mascaradas, pedidos exagerados, manipulações sem fim ...





Não se engane - eu sou da área de vendas. Dou aulas de vendas. Me identifico com vendas. Mas a grande maioria de nossas forças (deveríamos dizer fraquezas?) comerciais fogem na tangente de suas responsabilidades por caminhos inócuos e vazios!



Onde está nosso diferencial? Como criamos valor? E o nosso atendimento? E os planos e a estratégia?



Há claramente uma luta inglória no mercado. Quanto mais ampliamos os decibéis e os investimentos para conquistar e atrair consumidores, mais provocamos a concorrência num círculo vicioso e pernicioso para nossas próprias empresas e concorrentes.



A saída está em não se lutar nesse campo infestado e sangrento, e sim buscar novas oportunidades em novos mercados. Devemos sair dessa arena. Não está mais em jogo quem grita mais e melhor. Também de nada serve chamar a atenção primeiro - o passado fica obsoleto muito rapidamente.



Há um novo desafio para os vendedores e marqueteiros: criar mercados! Este é o seu imperativo hoje!

* Foto de encenação da peça de Shakespeare Much To Do About Nothing - Muito barulho por nada.

Volney Faustini escreve às terças-feiras.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Cultura de Quinta (feira)

Já dizia Abraham Lincoln:
"Voce pode enganar todas as pessoas por algum um tempo, e algumas pessoas todo o tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas por todo o tempo."

Há desdobramentos dessa denonimada Lei de Lincoln (de acordo com Unwritten Laws de Hugh Rawson - Crown Publishers) :

Pierce Adams escreveu em 1944:
" O problema com o nosso país [USA] é que há muitos políticos que acreditam, com uma convicção construida pela experiência de que se pode enganar todas as pessoas o tempo todo."

Já Joseph Levine trouxe uma emenda para essa lei:
" Voce pode enganar todas as pessoas se a propaganda for certa e o orçamento suficientemente alto."

E o Capitão Penny contribuiu com a sua emenda também - tirada da Internet:
"Você pode enganar todas as pessoas por algum tempo, e algumas pessoas por todo o tempo, mas você não engana sua mãe."

Muito usado (no passado - no passado, please!) tanto em propaganda como em vendas, a Lei de Barnum (Phineas Taylor PT Barnum):
A todo minuto nasce um idiota.

Há que se lembrar também que a tese de número 62 do Cluetrain Manifesto (por Locke, Levine, Searls e Weinberger) diz:
Os mercados não querem conversar com charlatões e vendedores ambulantes.
Eles querem participar nas conversações que estão acontecendo atrás do firewall corporativo.


Tirado do manuscrito do livro a ser publicado: APROFUNDAMENTO CULTURAL DE MARKETEIROS E CURIOSOS